sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

OS CÃES NUNCA ESQUECEM

       

              Outro dia (novamente) assisti o filme SEMPRE AO SEU LADO que conta a história de Hachiko um cãozinho que foi achado no Metrô em meio a embrulhos de papelões por um professor universitário chamado Parker (Richard Gere). Depois de procurar pelo dono na estação de trem decidiu entregá-lo para uma instituição especializada mas ninguém quis aceitar e o professor, meio a contra gosto, decidiu adotá-lo levando-o para sua casa. Desse dia em diante "Hachi" acompanharia o seu dono todos os dias, até a estação do metrô para o ver partir para o trabalho e depois retornando à estação, todas as tardes, para cumprimentá-lo no seu retorno para casa ao final de cada dia.
           Um dia esta rotina foi interrompida e a história de Hachi mostra a fiel devoção de um cão ao seu dono como também o poder do grande amor que pode existir entre um animal e seu protetor aqui na terra. Não preciso dizer que ninguém aguenta assistir esse filme sem chorar assim de soluçar e se você ainda não assistiu que se prepare.
         Mas porque estou contando que assisti esse filme? É que senti vontade de falar sobre essa coisa do cão escolher o seu dono, seu protetor, seu preferido entre todos os moradores de uma casa que nessa vida tenha se transformado em lar para ele. Ninguém sabe porque isso ocorre mas é certo que um cão sempre tem, entre seus donos, o seu dono preferido e, por isso, resolvi contar a história do "Jack", nosso boa praça cão da raça pit bull. 

 

        Jack chegou a nossa casa há oito anos atrás e era assim como está na foto. Tinha apenas um ano de idade mas já era um cão pesado, enorme, cabeção, cara de mau, latido forte e rouco. Cedo descobrimos duas coisas sobre ele: Primeiro, que Jack não passava de um bebezão grande, segundo, que tinha uma predileção muito forte pelo meu filho mais velho. Desde o primeiro momento estava bem claro para nós que o Jack já havia escolhido o preferido entre seus novos donos.
       Jack apesar de ser um bom e pacato cão da raça pit bull não costuma fazer festa, latir feliz ou abanar o rabo para ninguém que não seja para meu filho mais velho. Quando eu ou alguém aqui de casa chega do trabalho ele vem com aquele seu jeitão assim meio desengonçado dá uma lambida na perna, demonstra algum carinho mas não passa disso, festa somente para o Jacques.
       Os primeiros anos foram muito bons para os dois. O Jacques gostava de sair a passear com seu cão pit bull pelas ruas e praças do bairro onde morávamos, Bela Vista, São José. Juntos faziam brincadeiras e Jack, todo feliz, corria de um lado para o outro no quintal atrás de paus que meu filho jogava bem longe para que ele fosse buscar.
    Mas um dia tudo mudou e três acontecimentos interferiram de forma decisiva para interromper essa rotina saudável e feliz da vida de Jack. Primeiro, meu filho casou, chegaram os filhos Davi e depois a Brenda, segundo, a chapa em que o Jacques fazia parte ganhou as eleições para o Sindicato dos Correios, terceiro, o proprietário da casa onde vivemos por seis anos decidiu pela demolição do imóvel para construir um prédio de apartamentos. O Jacques foi morar em Barreiros e eu e meus dois filhos caçulas nos mudamos para Palhoça.
       Jack foi o mais prejudicado pelas mudanças que ocorreram. Seu dono escolhido ficou sem tempo para ele, realmente, o envolvimento de meu filho nas tarefas do sindicato onde precisa constantemente viajar pelo estado e pelo Brasil, a assistência e o tempo que precisa dedicar a família, esposa e filhos mais a distância entre a casa dele e a nossa simplesmente roubaram de Jack a coisa que ele mais gostava que era a companhia de seu dono.
       Pode passar dias ou meses, não importa, quando o Jacques aparece aqui em casa a festa é sempre a mesma com muitos latidos e abanação de rabo, depois, quando meu filho vai embora a gente percebe a tristeza no olhar e a falta que ele sente.
É uma pena os animais não falarem e a gente só poder entender suas necessidades através de sinais que eles nos transmitem mas eu desconfio que o Jack ainda alimenta a esperança de um dia viver novamente junto a seu dono preferido e reviver com ele os passeios, as brincadeiras e as broncas quando aprontava.
     Jack está com nove anos e felizmente não pode entender que por causa da idade avançada talvez esse seu sonho nunca se realize.
        De qualquer forma o Jack é um cão de sorte porque enquanto existem por aí muitos cães abandonados e perambulando pelas ruas ele tem um lar, alimento, carinho e proteção. Uma pena que os animais, ao contrário dos seres humanos, não sejam levianos e não tenham essa facilidade que nós temos de trocar sentimentos de amor de uma pessoa para outra segundo nossas conveniências. Senão eu diria para ele, definitivamente, esquecer o Jacques e escolher alguém da casa mas ao mesmo tempo sei que é pedir demais, que é afrontar demais sentimentos tão fortes, intensos, de lealdade e amizade de um cão depositados tão generosamente a alguém para o resto de sua vida.

sábado, 22 de dezembro de 2012

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!!!



eeeeeee

                                                

             Em 1992 Bill Clinton tentava chegar a Casa Branca. A economia dos EUA estava mal das pernas com altos indices de desemprego e quando perguntavam a seu principal assessor de campanha James Carville qual seria o foco da crítica ao governo Bush (pai) para reforçar ainda mais os índices de impopularidade do presidente e rumar para a vitória de Clinton ele entendia que a resposta era tão óbvia que enfurecia-se e respondia de pronto: "É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!" (("It’s the economy, stupid!")
     Quatro anos depois Bill Clinton tentava a reeleição e a economia americana entrara nos eixos e ia de vento em popa, com altos indices de emprego e consumo e quando novamente perguntavam a seu principal assessor de campanha qual seria a bandeira que iriam levantar para alavancar ainda mais os índices de popularidade do presidente e rumar para a vitória ele entendia que a resposta também era óbvia e respondia: É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!!!
         E o povão norte americano moralista até a raiz não quis nem saber se Clinton comera ou não todas as estagiárias que passaram pela Casa Branca e o reelegeu para mais um mandato.
      O que ocorreu com o ex presidente Lula quando tentou eleger sua pupila Dilma Roussef ao mais alto posto da nação é muito similar ao caso Clinton. O povo brasileiro, após décadas de sofrimento vivendo numa economia inflacionária, de desemprego, de apagões, de baixo consumo, viveu no período Lula a fase do completo restabelecimento da economia, da aquisição de bens, de uma segurança cambial nunca antes vista nesse país. O povo brasileiro nem quis saber se o presidente sabia ou não da corrupção que acontecia bem debaixo de seu nariz e elegeu Dilma sua sucessora.
     O povo é imoral por isso? Acredito que não. O povo parece ter concluído que a podridão política que há seculos assola o país precisa acabar mas enquanto isso não acontece vai eleger quem lhe confiar mais comida na mesa. Portanto, a oposição pode xingar, espernear à vontade, criar CPIs, pode denunciar corrupção, mensalão, abusos de poder, cerceamento da imprensa que nada vai adiantar, o lulismo vai permanecer no poder enquanto continuar criando meios e condições na economia que satisfaçam esses princípios básicos de sobrevivência da população: emprego, alimentação e consumo.
         E isso é tão obvio que, quando alguém pergunta porque Lula, apesar de iletrado, desengonçado e feio se transformou no mais popular presidente da história política brasileira, dá vontade de repetir a famosa frase de Carville: É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!



quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

RONALDINHO GAÚCHO, QUEM NÃO QUER JOGAR COM ELE?







          JÁ É FATO MAIS QUE DIVULGADO NA IMPRENSA FALADA E ESCRITA QUE OS JOGADORES DO ATLÉTICO MINEIRO QUEREM PERMANECER NO CLUBE PARA PARTICIPAR, EM 2013, DA LIBERTADORES DA AMÉRICA E OUTROS TORNEIOS INTERNACIONAIS IMPORTANTES. 
        PODE-SE, NUM PRIMEIRO MOMENTO, PENSAR QUE É SOMENTE POR CAUSA DESSES EVENTOS ESPORTIVOS OU DEVIDO A ESTRUTURA DE PRIMEIRO MUNDO DOS ALOJAMENTOS DO CT DO GALO, OU POR CAUSA DOS BONS SALÁRIOS, OU SIMPLESMENTE PELO FATO DO ATLÉTICO MINEIRO SER UM GRANDE CLUBE ONDE QUALQUER JOGADOR DE FUTEBOL SE ORGULHARIA TRABALHAR. TUDO ISSO É MUITO RELEVANTE E LEVADO EM CONTA NO MOMENTO DO ATLETA RENOVAR OU NÃO SEU CONTRATO COM UM CLUBE MAS NO GALO NÃO É O MOTIVO PREPONDERANTE.
     O FATOR PREPONDERANTE PARA TODOS OS ATLETAS DO CLUBE FOI A EXPERIÊNCIA ÚNICA DE JOGAR AO LADO DO MAIOR JOGADOR DE FUTEBOL DE TODOS OS TEMPOS: RONALDINHO GAÚCHO, EXPERIÊNCIA AVASSALADORA NA VIDA PROFISSIONAL DOS ATLETAS DO GALO, SEJAM ELES EXPERIENTES COMO RÉVER E LEONARDO, SEJAM GAROTOS SURGINDO PARA O FUTEBOL COMO É O CASO DO MENINO BERNARD.
         DESDE O PRIMEIRO MOMENTO QUE PISOU NO CT DO GALO PARA O PRIMEIRO TREINO, TÃO LOGO FOI CONTRATADO E MOSTRANDO TODA SUA HABILIDADE E INTIMIDADE COM A BOLA, R49 ENCANTOU A TODOS QUE QUERIAM CONFERIR DE PERTO TUDO O QUE SE CONTAVA, TUDO QUE SABIAM SOBRE SUA GENIALIDADE. RONALDINHO NO ELENCO DO GALO FOI O ACONTECIMENTO DO ANO E VEIO NUM MOMENTO QUE ELE PRECISAVA MUITO MOSTRAR AO BRASIL E AO MUNDO QUE NÃO ESTAVA ACABADO PARA O FUTEBOL, QUE SEU MAIOR PRAZER, JOGAR BOLA, AINDA ESTAVA PULSANTE EM SEU PEITO.
     EM POUCO MENOS DE SEIS MESES NÃO SOMENTE MOSTROU PORQUE FOI ELEITO O MELHOR JOGADOR DE FUTEBOL DO PLANETA COMO TAMBÉM APRESENTOU O MAIS FINO, ECLÉTICO E CRIATIVO FUTEBOL, PROTAGONIZANDO JOGADAS MEMORÁVEIS, DRIBLES DESCONCERTANTES, ASSISTÊNCIAS MARAVILHOSAS, LANÇAMENTO MILIMÉTRICOS E GOLS EM ARRANCADAS SURPRENDENTES PARA UM JOGADOR QUE, AOS 32 ANOS FOI TIDO COMO EM PROCESSO DE DECADÊNCIA FÍSICA E TÉCNICA POR TODA IMPRENSA BRASILEIRA.
     MAS O QUE RONALDINHO GAÚCHO TEM DE MELHOR SÓ CONHECE QUEM PASSA PELA EXPERIÊNCIA DE JOGAR A SEU LADO E NÃO SE TRATA APENAS DA VISIBILIDADE QUE SUA APROXIMIDADE PROMOVE, NÃO SÃO APENAS AS LUZES DOS HOLOFOTES DA IMPRENSA BRASILEIRA E MUNDIAL, VAI MUITO MAIS ALÉM E TRANSCENDE ESSAS BANALIDADES DA VIDA MODERNA. A GENIALIDADE DESSE BAITA JOGADOR SE BASEIA NA CAPACIDADE QUE TEM DE AGREGAR SEUS VALORES, DISTRIBUIR SUA GRANDEZA E COLETIVIZAR O JOGO NA PERFEIÇÃO QUE ELE MOLDA DENTRO DO CAMPO. SENDO ASSIM QUAL SERIA O LOUCO QUE NÃO GOSTARIA DE JOGAR AO LADO DE RONALDINHO GAÚCHO? JUNTO A ELE TODOS MELHORAM E SE QUALIFICAM, TODOS GANHAM, TODOS PARTICIPAM, TODOS COLHEM OS LOUROS DA VITÓRIA E AS PREMIAÇÕES RECEBIDAS POR VÁRIOS JOGADORES DO GALO AO FIM DO BRASILEIRÃO ESTÃO AÍ PARA COMPROVAREM ESSE FATO.
      E GANHOU MUITO ESPECIALMENTE A TORCIDA DO GALO QUE NÃO É BOBA NEM NADA E NEM ESPEROU O FINAL DO CONTRATO DO ATLETA GÊNIO PARA GRITAR A PLENOS PULMÕES:

        FICA RONALDINHO!!! FICA RONALDINHO!!!. 


    E, AO CONTRÁRIO DO QUE OCORREU NO FLAMENGO, A SIMBIOSE R49 E TORCIDA DO GALO FOI TÃO PERFEITA QUE ELE DECIDIU FICAR. QUE SORTE!




























domingo, 25 de novembro de 2012

GUARDIOLA, O BRASILEIRO E O "COMPLEXO DE VIRA-LATAS"






       O Brasil tem os melhores técnicos de futebol do planeta terra e quanto a isso eu não tenho a menor dúvida. A vida de treinador nesse país de tantas culturas, costumes, ideologias e de dimensão continental não é nada fácil. São quase 200 milhões de "experts" de futebol que, no fundo, gostariam mesmo é de ver seu time completo com a camisa canarinho. Mas um fato novo tem mexido com essa torcida nos últimos dias, um não dois fatos, o primeiro foi o anúncio pela CBF da demissão do técnico Mano Meneses e o segundo o oferecimento de Pep Guardiola para ocupar o cargo deixado por Mano.
         Esse oferecimento não causaria surpresa a ninguém se aqui não trabalhassem os melhores e mais capacitados técnicos de futebol do mundo como é o caso de Luis Felipe Scolari, Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Cuca e tantos outros. Não obstante o técnico Guardiola ter um currículo invejável de conquistas na Europa mas aqui não precisamos dele nem nunca vamos precisar pelo simples motivo da nossa mão de obra ser melhor que a deles. Se a maioria dos brasileiros acredita nisso é outra história. Comprovadamente, o brasileiro na grande maioria, sofre do "Complexo de Vira-lata", você sabe o que é isso?
   "Complexo de vira-lata" é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro     Nelson Rodrigues no qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a seleção brasileira foi derrotada pela seleção uruguaia na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. O Brasil só teria se recuperado do choque (ao menos no campo futebolístico) em 1958 quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez.
    Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico. Segundo ele,
por “complexo de vira-lata entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca voluntariamente em face do resto do mundo”. Ainda segundo Nelson Rodrigues,
o brasileiro é um narciso ás avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto estima”.
      Em 2004 ninguém mais lembrava dessa expressão Rodriguiana mas foi recuperada pelo jornalista norte americano Larry Rother ( “the mongrel complex”) quando na ocasião escreveu para o The New York Times uma matéria sobre o programa nuclear brasileiro.
Escrevendo nos anos 1950, o dramaturgo Nelson Rodrigues viu seus compatriotas afligidos por um senso de inferioridade, e cunhou a frase que os brasileiros hoje usam para descrevê-lo: "o complexo de vira-lata". O Brasil sempre aspirou a ser levado a sério como uma potência mundial pelos pesos-pesados e, portanto, dói nos brasileiros que líderes mundiais possam confundir seu país com a Bolívia como Ronald Regan fez uma vez, ou que desconsiderem uma nação tão grande - tem 180 milhões de pessoas - como "não sendo um país sério", como Charles de Gaulle fez.
    O Brasil estaria assim, desejoso de ser reconhecido como igual no concerto das nações, mas tropeçaria sucessivamente em sua baixa auto-estima reforçada pelos incidentes folclóricos acima relatados e outros do mesmo gênero ("a capital do Brasil é Buenos Aires", "os brasileiros falam espanhol" etc) sucessivamente cometidos pela mídia e autoridades estrangeiras.
     Querem alguns bons exemplos da "síndrome de vira-lata" na atualidade? Perguntem a um bom número de brasileiros quem foi melhor se Pelé ou Maradona, os argentinos (100%) dirão que foi Maradona,  já os brasileiros... em Barcelona há uma grande dificuldade entre os locais para saber quem é o melhor, se Messi ou Ronaldinho Gaúcho, no Brasil alguém tem alguma dúvidade que é Messi?  
    Entre os brasileiros em geral o campeonato espanhol, italiano ou até inglês faz muito mais sucesso que o próprio campeonato nacional, é só olhar a audiência. Italianos espanhóis e ingleses estão preocupados com o que acontece por aqui em matéria de futebol? Nem um pouco. Mas é que não sofrem, como nós sofremos desse madito e incorrigível "complexo de vira-lata"... quando vamos nos livrar desse mal? Não tenho nenhuma esperança que possa ocorrer dentro de, no mínimo, cem anos. 
     O sr. Guardiola é melhor que Felipão? Claro que não é! Porque esse moço ilustre não se candidata a treinador de um clube brasileiro? Seria uma experiência e tanto inclusive para observar a capacidade do moço atuando aqui e até pra se fazer uma analogia entre técnicas, táticas e estratégias de trabalho, o que se pratica em termos de futebol aqui e na Europa.
    Se o Guardiola treinar um clube brasileiro não permanece mais de uma temporada no cargo e joga o chapéu porque para ser treinador AQUI sim tem que ter cabelo no peito e ser competente.    
     O torcedor brasileiro é o mais chato, o mais exigente, o mais metido a técnico, o que mais pede a cabeça de técnico na bandeja, o que mais aplaude mas também o que mais critica, o mais murrinha, o que mais pega no pé e quando o time perde não perdoa, o mais ignorante pois ameaça até a família de treinador e jogador se o time está em má fase. Esse pobre moço não tem nem idéia da sarna que está arrumando para se coçar querendo brincar de treinador aqui no Brasil e da nossa seleção, é um sem noção do perigo que está correndo. Em contrapartida ele sempre poderá contar com a nosso complexo de vira-lata sempre aplaudindo e valorizando o que não é nosso. 
     Mas, se Guardiola viesse, garanto que teria muito mais a aprender do que ensinar. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O FUTEBOL DE R49, NO GALO, AINDA É O MELHOR DO PLANETA

      

 



         Porque o futebol que Ronaldinho Gaúcho está jogando no galo é, AINDA, o melhor do planeta? Para uma melhor análise sobre essa questão é preciso fazer uma analogia sobre o futebol disputado hoje e o futebol cadenciado de outras épocas. Como sabemos, o futebol sofreu transformações táticas que o deixaram com características muito diferentes de antigamaente e uma delas, a mais importante, é que ficou tremendamente mais disputado e competitivo.
       Nos bons tempos de Pelé, Clodoaldo, Rivelino, Garrincha, a bola rolava com mais liberdade no gramado, bem diferente de hoje quando é vigiada e roubada por qualquer desatenção, mínima que seja, do atleta que a tenha a seus pés. Felipão numa entrevista que revoltou muitos craques do passado afirmou que o futebol da época de pelé era mais fácil de ser jogado e, bem a seu geito gauchão, disse era uma época em que se amarrava cachorro com linguiça.
        Pois apesar das tremendas transformações táticas ocorridas dentro do campo a diferença entre o futebol jogado por R49 e o futebol jogado pelos craques do passado é nenhuma porque o que o dentuço faz em campo é o improvável, é coisa que ele, apenas ele e uns poucos no futebol brasileiro e mundial conseguem fazer que é jogar o futebol clássico como o jogado antigamente na era do futebol rápido, competitivo e "moderno". Por isso é um gênio e não apenas um craque como o Neymar e outros que desfilam suas habilidades individuais pelos campos de futebol.
      O que a torcida atleticana assistiu nesses seis inesquecíveis meses foi o desfile dessa contradição histórica entre R49 e a evolução do futebol a que estou me referindo. Quem nunca se perguntou como é que ele faz e consegue isso, mesmo com marcação cerrada, rápida e em cima? Como consegue dominar a bola e mantê-la a seus pés no tempo justo para bolar a jogada que pode ser uma assistência, uma arrancada em direção ao gol ou um drible desconcertante?
     O que a torcida do galo viu e aprendeu nos campos brasileiros e principalmente no Independência é que o jogo com o R49 é coletivo na sua essência porque é distributivo e participativo. Eu diria até que feliz é o treinador que tem na sua equipe um comandado similar a R49 mas se tiver o próprio, o original, é a glória. E Cuca que não é bobo nem nada sabe disso. Mais felizardo ainda é o jogador de futebol que tem o privilégio de jogar ao lado do craque porque, sem dúvida, quando isso ocorre todos melhoram. Todos já entenderam o recado que R49 passa a cada momento que está com a redonda sob sua guarda, que o futebol quando pensado e jogado em prol da coletividade se qualifica em todos os quadrantes do campo e que seu contrário, a individualidade, mata o conjunto. Querem um bom exemplo? No decorrer desse brasileirão, inúmeras vezes, o torcedor santista assistiu Neymar brilhar em campo mas em jogos considerados medíocres e isso tem explicação justamente no futebol essencialmente individual do craque da camisa dez do Santos.
        É preciso entender que no campo da economia, a teoria capitalista, que na essência prega a individualidade sobrepondo-se a coletividade, se desenvolveu pelo mundo e venceu o jogo, contudo, no campo do futebol e na maioria dos esportes, a individualidade nunca conseguirá se sobrepor a coletividade e, por isso, o futebol jogado pelo genial R49 eleito por duas vezes o melhor jogador do mundo é efetivamente AINDA o melhor do planeta.
          Quanto a permanência do gênio em BH torço que aconteça mesmo, que ele fique e que esse laço de amor entre a torcida do galo e o ídolo não se rompa, que ambos conquistem títulos e glórias para o clube.
        Contudo, se nada der certo e o craque escolher ir embora, o torcedor do galo deve entender que o mundo do futebol e as relações trabalhistas entre atletas e clubes também sofreram grandes transformações e mudanças radicais pois tornou-se mais profissional e menos afetiva embora, dependendo das circunstâncias, possa vir a existir paixão dos dois lados como é o caso de R49 e a torcida do galo.
          A bem da verdade a passagem do R49 pelo galo ocorreu por um golpe de sorte e de esperteza do presidente do clube que, num momento difícil do atleta, trouxe para o clube sem gastar um tostão e por um salário bastante módico para um contrato com uma das maiores estrelas do futebol mundial.
      A pergunta que todos deveriam ter feito e não fizeram é porque R10, que jogou um belo futebol no início no flamengo, similar ao que está jogando no galo depois decaiu tão repentinamente? Ora, se ninguém desaprende de jogar futebol da noite para o dia e se o galo não estaria disposto a repetir as mesmas sacanagens que o flamengo porque Kalil não fez um contrato de pelo menos um ano? Sei...não quis arriscar, mas agora também ninguém pode reclamar se o ídolo não ficar.
        É preciso aceitar que no futebol de hoje não se joga só por amor a camisa, foi-se esse tempo, nem atleta e muito menos os clubes se relacionam romanticamente, aliás, amor só existe na cabeça do torcedor e sua paixão pelo time do coração e não poderia ser diferente, sem esse amor da torcida que graça teria assistir uma partida de futebol?