Eu
tenho uma teoria com relação a técnicos de futebol e sei que muita
gente vai achar maluquice minha mas mesmo assim vou arriscar e
escrever o que penso dessas figuras que ficam à beira do campo
gesticulando, berrando, xingando juízes, jogadores e torcidas. Na
verdade, o futebol moderno virou um imenso circo em que seus atores
principais, cada qual representando seu papel, sabem que estão sob
a luz dos holofotes e que esse teatro todo faz parte do pacote do
grande cenário que se transformou uma partida de futebol.
Mas
a minha teoria é que os técnicos que menos atrapalham são os
maiores vencedores, aqueles que permitem que o jogador jogue sem
interferir demais, muito diferente daqueles que na maioria das vezes
querem apenas aparecer ás custas dos atletas, daqueles que usam das
suas prerrogativas de técnicos para, arrogantemente, em nome de
alguma tática ou estratégia de jogo, como diz o ditado, ensinar
padre nosso para vigário. É só observar como se portaram e como se
portam os técnicos que conquistaram copas do mundo para o Brasil e
os que fracassaram.
Reparem
bem que não estou criticando a existência de táticas nem de
estratégias de jogo, pelo fato de que, como em qualquer guerra, e um
jogo de futebol é uma guerra, elas são fundamentais. Estou me
referindo aos "professores" de futebol que ousam querer
ensinar por exemplo, a um Ronaldinho Gaúcho, como e onde ele poderia
jogar dentro das quatro linhas, como se posicionar em campo, da forma
como tentou fazer o "laureado"
técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo. Ou como fez o técnico
Leão com Lucas no São Paulo. Diferentemente do Cuca, técnico do
Atlético Mineiro, que acolheu o craque R10 e procurou não inventar
nem ensinar nada proporcionando ao dentuço genial a oportunidade de
desenvolver seu maravilhoso futebol da forma como sabe (e como
sabe)...
Na história do futebol brasileiro alguns técnicos
levaram muito a sério essa proposta de liberdade de jogo ao
atleta, um grande exemplo disso foi Vicente Feola, o técnico da
seleçãso brasileira campeã do mundo em 1958. É sabido por todos
que o rechonchudo treinador confiava tanto em seus comandados que
simplesmente dormia à sono solto durante alguns treinos da seleção
brasileira e inclusive durante muitos jogos, postura essa que, tanto
para a torcida quanto para seus críticos na imprensa já era demais
da conta. E ganhamos a Copa do Mundo com folga pois no campo Pelé,
Djalma Santos, Belini, Garrincha, Didi e Cia resolveram tudo.
,
Vicente Feola
Em
1962 o técnico da seleção brasileira foi Aymoré Moreira e era um
treinador tido como muito competente mas quem "comeu a bola"
nessa copa do Mundo e deu o título ao Brasil foi o genial Garrincha.
Pelé não participou por causa de uma séria contusão mas o maior
ponta direita de todos os tempos foi lá e conferiu.
Perguntem
se Aymoré Moreira tentou, de alguma forma em prol de alguma tática
ou estratégia de jogo, mudar o jeito de jogar de Garrincha. Nem
poderia...
É evidente que cada técnico tem sua idéia de jogo,
sua forma de pensar a defesa, o meio de campo e ataque de sua seleção
brasileira e, de acordo com essas diretrizes já formuladas em sua
cabeça deve convocar os melhores na posição e, para isso a CBD
precisa escolher antes de mais nada um treinador que haja com
critério de justiça ao escolher o jogador que vai representar o
país na Copa do Mundo.
Foi assim que ocorreu com Zagalo, Parreira e Felipão
nas Copas do Mundo de 70, 94 e 2002. mas a impressão que eu tenho e
não estou sozinho é que atualmente a compreensão do termo
SELECIONAR perdeu-se com o tempo. SELECIONAR até onde saiba
significa escolher o melhor no momento da convocação, dou um
desconto aos craques a nível de gênio como é o caso de Ronaldinho
Gaúcho, esses a convocação para uma seleção deveria ser
automática independentemente da fase que se encontra no clube.
Hoje em dia ao invés do treinador contratado pela CBD
selecionar o que tem de melhor na praça, preparar, treinar, unir o
grupo, reforçar, estabelecer metas o que o que se vê, o que estamos
presenciando são convocações nas quais o critério utilizado é o
das oportunidades á granel.
A pergunta que muita gente está fazendo e eu também é
como vamos formar uma seleção coesa em meio a essas variações
entre uma convocação e outra? É certo que uma convocação
valoriza um atleta e faz com que seu valor de mercado suba as alturas
de modo que fica a desconfiança se convocar ao invés de selecionar
não virou um excelente negócio para CBD, para técnicos e
empresários. E a seleção, ora essa, que se foda...
Agora vem o Felipão com essa história de dar duas
oportunidades para cada jogador para ver quem ele iria convocar e no final das contas não convocou nem Ronaldinho Gaúcho nem Kaká para a Copa das Confederações...porra,
ATÉ TU FELIPÃO?!?!?!?