Outro dia numa das
comunidades do orkut que participo duas pessoas iniciaram uma
discussão interessante sobre pessoas e cães, sinceramente não sei
quem teria razão uma vez que as duas partes apresentavam argumentos
bastantes convincentes. Tudo começou porque uma delas postou algo
assim: "quanto mais conheço as pessoas mais admiro os animais".
A segunda pessoa respondeu que quando alguém começa misturar gente
com bicho na mesma escala de valor é porque anda mal da cabeça"
ou porque não consegue conviver com seus iguais e vai se consolar
com os bichos de estimação, que aceitam tudo, que obedecem tudo e
só abanam o rabo como resposta.
Analizando essa
questão me veio à lembrança que, muitas vezes, quando eu miro bem
nos olhos de meu cachorro me pego pensando o que ele estaria pensando
mas logo me lembro que bicho não pensa. Mas foi numa dessas ocasiões
que me ocorreu o seguinte: E se os bichos pensassem e nós não,
seriam eles o que são? Lógico que não seriam, como também e da
mesma forma não seríamos o que somos em termos de sociedade humana.
Cabe
então fazer uma reflexão sobre alguns aspectos a serem considerados
à partir da suposição de uma inversão de papeís quanto a
capacidade de raciocínio entre, por exemplo, os cães e o homem.
Partindo do
princípio que na evolução das espécies o cérebro canino se
desenvolvesse mais que os demais animais como seria e como se daria a
relação entre o homem e os cães? Inteligentes e com a capacidade
para planejar, organizar, criar, modificar, seriam os cães melhores
do que somos?
Levou um susto?
Pois
é, quem duvida que eles não seriam ainda piores, bem mais
perversos, falsos, ardilosos, arrogantes, prepotentes mais odiosos e
opressores do que nós, os humanos? É muito bom pensar nisso quando
dizemos que quanto mais conhecemos o homem mais gostamos dos animais.
Outro aspecto que
vem a mente diz respeito a cadeia alimentar e como estaríamos nós
numa situação de inferioridade intelectual na relação com nossos
senhores, os cães. Deus me livre de pensar se não seríamos a
primeira opção na mesa dos bichos...as mulheres naturalmente teriam
a preferência no cardápio, nós, os homens, com essa carninha dura,
cheia de músculos ficaríamos como segunda opção, os cães,
certamente, gostariam de degustar as mulheres. Com suas coxas mais
grossas, bundas mais polpudas e com suas carnes mais tenras e
gostosas, sem dúvida, seriam levadas ao matadouro e abatidas com
maior frequência.
Penso que haveriam
ONGS, Associações de Proteção a Humanos que defenderiam uma morte
com pouco ou nenhum sofrimento, haveriam poucos e abnegados cães que
lutariam pela criação de lei que proibisse estraçalhar humanos
vivos, principalmente as mulheres, tão fofinhas...essas boas almas
caninas recolheriam os humanos que vagassem pelas ruas, famintos
revirando lixo para comer e abrigariam em instituições que dariam
uma boa complementação alimentar até colocá-los para
abastecimento em algum açougue de supermercado.
Vou parar por aqui
e deixar o resto por conta da imaginação de vocês, mas antes
gostaria de fazer alguns recortes nesse texto para ajudar na reflexão
sobre a relação com os nossos amigos os animais:
a)
é fundamental entender que bicho é bicho, gente é gente, como ser
vivo, com suas especificações e limitações impostos pela mãe
natureza, fato;
b)
precisamos nos aceitar assim mesmo como somos, qual seja, uma colcha
de retalhos onde se misturam virtudes e defeitos e admitir que nosso
inocentes animais de estimação como os cães e outros animais não
seriam esses santos, não seriam nem melhores ou diferentes se
estivessem em nosso lugar como os privilegiados pela natureza na
evolução das espécies;
c)
amar e respeitar os animais é, justamente, entender que nosso
desenvolvimento intelectual em nível superior a outros seres vivos é
uma enorme dádiva da mãe natureza para com a espécie humana e,
respeitá-los, é o mínimo que podemos fazer levando-se em conta que
é assim que gostaríamos de sermos tratados se estivéssemos nas
mesma posição que eles.
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