quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O FUTEBOL DE R49, NO GALO, AINDA É O MELHOR DO PLANETA

      

 



         Porque o futebol que Ronaldinho Gaúcho está jogando no galo é, AINDA, o melhor do planeta? Para uma melhor análise sobre essa questão é preciso fazer uma analogia sobre o futebol disputado hoje e o futebol cadenciado de outras épocas. Como sabemos, o futebol sofreu transformações táticas que o deixaram com características muito diferentes de antigamaente e uma delas, a mais importante, é que ficou tremendamente mais disputado e competitivo.
       Nos bons tempos de Pelé, Clodoaldo, Rivelino, Garrincha, a bola rolava com mais liberdade no gramado, bem diferente de hoje quando é vigiada e roubada por qualquer desatenção, mínima que seja, do atleta que a tenha a seus pés. Felipão numa entrevista que revoltou muitos craques do passado afirmou que o futebol da época de pelé era mais fácil de ser jogado e, bem a seu geito gauchão, disse era uma época em que se amarrava cachorro com linguiça.
        Pois apesar das tremendas transformações táticas ocorridas dentro do campo a diferença entre o futebol jogado por R49 e o futebol jogado pelos craques do passado é nenhuma porque o que o dentuço faz em campo é o improvável, é coisa que ele, apenas ele e uns poucos no futebol brasileiro e mundial conseguem fazer que é jogar o futebol clássico como o jogado antigamente na era do futebol rápido, competitivo e "moderno". Por isso é um gênio e não apenas um craque como o Neymar e outros que desfilam suas habilidades individuais pelos campos de futebol.
      O que a torcida atleticana assistiu nesses seis inesquecíveis meses foi o desfile dessa contradição histórica entre R49 e a evolução do futebol a que estou me referindo. Quem nunca se perguntou como é que ele faz e consegue isso, mesmo com marcação cerrada, rápida e em cima? Como consegue dominar a bola e mantê-la a seus pés no tempo justo para bolar a jogada que pode ser uma assistência, uma arrancada em direção ao gol ou um drible desconcertante?
     O que a torcida do galo viu e aprendeu nos campos brasileiros e principalmente no Independência é que o jogo com o R49 é coletivo na sua essência porque é distributivo e participativo. Eu diria até que feliz é o treinador que tem na sua equipe um comandado similar a R49 mas se tiver o próprio, o original, é a glória. E Cuca que não é bobo nem nada sabe disso. Mais felizardo ainda é o jogador de futebol que tem o privilégio de jogar ao lado do craque porque, sem dúvida, quando isso ocorre todos melhoram. Todos já entenderam o recado que R49 passa a cada momento que está com a redonda sob sua guarda, que o futebol quando pensado e jogado em prol da coletividade se qualifica em todos os quadrantes do campo e que seu contrário, a individualidade, mata o conjunto. Querem um bom exemplo? No decorrer desse brasileirão, inúmeras vezes, o torcedor santista assistiu Neymar brilhar em campo mas em jogos considerados medíocres e isso tem explicação justamente no futebol essencialmente individual do craque da camisa dez do Santos.
        É preciso entender que no campo da economia, a teoria capitalista, que na essência prega a individualidade sobrepondo-se a coletividade, se desenvolveu pelo mundo e venceu o jogo, contudo, no campo do futebol e na maioria dos esportes, a individualidade nunca conseguirá se sobrepor a coletividade e, por isso, o futebol jogado pelo genial R49 eleito por duas vezes o melhor jogador do mundo é efetivamente AINDA o melhor do planeta.
          Quanto a permanência do gênio em BH torço que aconteça mesmo, que ele fique e que esse laço de amor entre a torcida do galo e o ídolo não se rompa, que ambos conquistem títulos e glórias para o clube.
        Contudo, se nada der certo e o craque escolher ir embora, o torcedor do galo deve entender que o mundo do futebol e as relações trabalhistas entre atletas e clubes também sofreram grandes transformações e mudanças radicais pois tornou-se mais profissional e menos afetiva embora, dependendo das circunstâncias, possa vir a existir paixão dos dois lados como é o caso de R49 e a torcida do galo.
          A bem da verdade a passagem do R49 pelo galo ocorreu por um golpe de sorte e de esperteza do presidente do clube que, num momento difícil do atleta, trouxe para o clube sem gastar um tostão e por um salário bastante módico para um contrato com uma das maiores estrelas do futebol mundial.
      A pergunta que todos deveriam ter feito e não fizeram é porque R10, que jogou um belo futebol no início no flamengo, similar ao que está jogando no galo depois decaiu tão repentinamente? Ora, se ninguém desaprende de jogar futebol da noite para o dia e se o galo não estaria disposto a repetir as mesmas sacanagens que o flamengo porque Kalil não fez um contrato de pelo menos um ano? Sei...não quis arriscar, mas agora também ninguém pode reclamar se o ídolo não ficar.
        É preciso aceitar que no futebol de hoje não se joga só por amor a camisa, foi-se esse tempo, nem atleta e muito menos os clubes se relacionam romanticamente, aliás, amor só existe na cabeça do torcedor e sua paixão pelo time do coração e não poderia ser diferente, sem esse amor da torcida que graça teria assistir uma partida de futebol?

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