terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

MÁ EDUCAÇÃO

    Sei que alguém pode pensar que por conta dos meus 6.2 anos de idade eu esteja querendo legislar em causa própria mas vou correr esse risco. A reflexão de hoje é sobre a educação de antigamente e a de hoje. A impressão que se tem é que, antigamente, quando não haviam surgido ainda os ícones do capitalismo no Brasil, representados pelo consumismo, pelos supermercados, hipermercados e shoppings, as pessoas eram, ou pareciam ser, relativamente mais bem educadas, digo, relativamente, porque a figura do mal educado(a) sempre existiu e faz parte da paisagem desde que o mundo é mundo. Mas é bom lembrar que, antigamente, também não havia tanta fila de carro, tanto congestionamento, tanta fila para pegar um ônibus, tanta fila para pagar conta em banco, tanta fila para pagar as compras nos caixas de supermercado por que nem supermercado havia, tanta fila para pegar o elevador do prédio, enfim, não havia tanta fila para tudo. As perguntas que eu me faço: Será que antigamente éramos mais educados porque as condições para sê-lo eram mais favoráveis? Será que educação, moral, ética, honestidade obedecem a  mesma ótica de que a ocasião é que faz o ladrão? Ou seja, o que faltava era  oportunidade para sermos mal educados? Será que hoje somos tão mal educados porque, finalmente, se tem todas as condições sociais para alimentar a imensa e variada  gama de defeitos inerentes ao ser humano, entre elas, a de ser mal educado?
       Ontem eu fiquei um tempão parado esperando que algum bendito carro desse licença para que eu e meu kazinho entrasse na av. Presidente Kennedy. Fiquei na espreita de uma oportunidade, penando, cinco carros dirigidos por senhoras nem deram bola para meu sinal de "dá licença" "posso passar" que fazia com o dedo polegar que me possibilitaria entrar na maldita avenida até que um cidadão deu passagem e lá fui eu. Gosto muito de ver mulher dirigindo, não tenho dúvidas que elas dirigem com mais responsabilidade que nós os homens, elas geralmente obedecem os sinais de trânsito com mais boa vontade. Mas quanto a educação no trânsito, quando se trata de dar e receber gentilezas, esses mimos que todos gostamos de receber sei não, tenho um amigo que diz que a maioria das mulheres adoram receber gentilezas no trânsito mas a recíproca  nunca é a mesma...penso que isso está muito relacionado a idéia de que um homem gentil atrai mais as mulheres, é verdade, mas as mulheres devem saber que nós também gostamos disso, inclusive no trânsito.   
     Outra coisa que eu "adoro" é  ficar plantado na fila de "atendimento prioritário" que existem por aí, dá vontade de rir pois ficar numa "fila" imensa para se atendido é priorizar o atendimento desde quando? Todos os caixas dos supermercados ou lojas deveriam dar prioridade a quem precisa do atendimento imediato, isso sim seria priorizar o atendimento, do jeito que é feito é me engana que eu gosto. Barbados caras de pau misturados entre velhos, senhoras grávidas ou com crianças no colo na fila de atendimento prioritário já é tão comum que nem vou comentar, a minha decepção é com as marmanjas que agem da mesma forma. Ainda ontem, no hipermercado Bistek, ví na fila de atendimento prioritário uma moça linda, com aquela saúde de corpo inteiro que, injustamente, deus lhe deu pois devia ser tão feia quanto sua educação, usando aquele sapato salto alto que deixa as mulheres gigantescas, atrás dela o marido babaca e um senhor com oitentinha no mínimo, de aspecto assim de final de linha, esperando, esperando. Na placa está dizendo que a prioridade é para senhoras com crianças de colo. A criança dela, da moça bonita, não estava no colo, dormia o sono dos anjos num carrinho confortável, caso a criança acordasse o puto do marido com pinta de atleta de academia poderia pegar o moleque no colo sem nenhum prejuízo à saúde de nenhum dos dois. A mal educada ainda por cima carregava um carrinho de rancho para um ano inteiro e o velhinho de oitenta quase final de linha esperando, esperando. Não dá para ficar puto da vida vendo cenas como essas? E tem ainda essas senhoras com "crianças" quase na puberdade desfilando no "prioritário", que raiva dá...
     O meu desejo (e a praga que eu rogo) é que, essas pessoas jovens que fazem questão de ser, que até se orgulham da sua má educação, tenham uma velhice bem sofrida, que sofram bastante no futuro caso cheguem lá. E já que os velhinhos de amanhã pode ser que sejam esses jovens mal educados de hoje essa lei de "atendimento prioritário, mesmo que de araque, deveria ter prazo de validade, deveria acabar em tempo ainda dos velhinhos de amanhã padecer na pele o que hoje, enquanto são jovens, fazem os velhinhos sofrer. E os velhinhos de hoje que foram mal educados de ontem, sinto muito, mas estão apenas pagando por seus pecados, que sofram bastante...
         Enquanto isso, enquanto a sociedade não se educa, enquanto na maioria das casas a cultura da boa educação e dos bons modos continuar não fazendo parte da cartilha familiar, o que fazer, temos que conviver com a má educação e as leis.    



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